Um conflito entre o Governo do Rio Grande do Norte e a Prefeitura de Natal resultou em uma situação tensa na capital potiguar na segunda-feira (8). O prefeito Álvaro Dias, acompanhado de secretários, vereadores e outros manifestantes, ocupou a frente do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA) para exigir a liberação de licenças ambientais necessárias para a ampliação da Praia de Ponta Negra.
Acusações de Vandalismo
De acordo com o IDEMA, a manifestação foi marcada por atos de vandalismo, incluindo a depredação de patrimônio público e agressões físicas. O portão de acesso à sede do órgão foi danificado, e algumas pessoas ficaram feridas durante o tumulto.
Defesa da Prefeitura
A Prefeitura de Natal, por sua vez, negou que tenha ocorrido uma invasão. Segundo a administração municipal, o IDEMA concordou em recebê-los. A prefeitura destacou que a obra é crucial para a preservação da orla e para o fortalecimento do turismo e da economia local.
Documentação Pendente
O governo estadual afirmou que a prefeitura demorou 11 meses para entregar a documentação solicitada pelo IDEMA e que ainda há 17 itens pendentes. Entre as informações faltantes estão o mapeamento de áreas de recifes, diagnóstico socioeconômico da atividade pesqueira e a identificação dos principais peixes capturados pelos pescadores artesanais.
Início Prematuro das Obras
Apesar da falta de licenças, um navio-draga foi enviado à cidade para iniciar a obra. A embarcação, operada pela DTA Engenharia, faz parte do consórcio contratado pela prefeitura por R$ 73 milhões. O objetivo é ampliar a faixa de areia da praia, que deverá atingir até 100 metros na maré baixa após a conclusão dos trabalhos.
Funcionamento da Draga
A draga é equipada com uma tubulação de sucção que funciona como um aspirador, sugando areia e água do mar. A fase de dragagem deve durar quatro meses, após o que a empresa realizará obras no calçadão de Ponta Negra.
Prazos e Expectativas
Os reparos no calçadão só começarão após a concessão das licenças pelo IDEMA, que tem até outubro para liberar a documentação necessária. A prefeitura espera que a obra contribua significativamente para a proteção da orla contra a erosão causada pela elevação do nível do mar.