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Lewandowski vai aceitar convite da Câmara para explicar fuga em Mossoró, diz deputado

Mudança de formato foi amarrada após reunião do ministro com presidente da Comissão de Segurança; ideia inicial era aprovar requerimento de convocação

O ministro Ricardo Lewandowski deve ir à Comissão de Segurança Pública da Câmara na condição de convidado para prestar esclarecimentos sobre o trabalho do Ministério da Justiça e Segurança Pública na busca pelos presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró (RN).

Há três requerimentos de convocação e um de convite para que Lewandowski compareça ao colegiado. A análise dos pedidos aconteceria nesta terça-feira (12), mas foi adiada devido a uma conversa entre o ministro e o deputado Alberto Fraga (PL-DF), que preside o colegiado.

Fraga disse à CNN que o ministro aceitará o convite. “Eu não concordo com a convocação. Ainda que seja direito do parlamentar, dentro desse clima de apaziguar as coisas, quero que seja um convite. Ainda não há motivo para que parta para uma convocação”, disse.

“Ele me disse que vai, mas pediu a compreensão com relação ao dia porque está com agenda muito carregada. Ficou de ver com o pessoal dele um dia apropriado para que ele possa ir à comissão”, complementou.

Lewandowski viajou para o Rio Grande do Norte nesta quarta-feira para acompanhar pessoalmente as buscas.

A fuga de Mossoró completa um mês nesta quinta-feira (14). É a segunda visita do ministro à região neste período.

Alberto Fraga, que também lidera a bancada da bala, com 250 parlamentares, avalia que Lewandowski tomou as providências que deveriam ser tomadas diante da fuga inédita do presídio federal.

“Acho exagero culpar o ministro que estava há seis dias na função. Culpado são gestores por omissão e negligência e eles foram demitidos. Ministro criou comitê multidisciplinar e está tomando medidas depois da porta arrombada”, disse.

O deputado pediu ainda para que o ministro reavalie trechos do decreto das armas editado por Flávio Dino em julho do ano passado.

Fraga considera que o texto está “carregado de equívocos” e cita, por exemplo, a proibição de funcionamento de clubes de tiro perto de escolas, a previsão para que a caça de javalis seja excepcional e a definição da pistola 9mm como arma de uso restrito.

“Não quero puxar saco de ministro, mas achei que foi uma boa conversa. Nunca tinha conversado com ele. Tem tom conciliador, disse que precisa da comissão, que aceita ideias”, afirmou.

O ministro é descrito por aliados como sendo uma pessoa de perfil diplomático, conciliador e discreto. No início de fevereiro, em meio à tensão institucional entre a Câmara dos Deputadas e o Palácio do Planalto, Lewandowski se reuniu com Arthur Lira (PP-AL) no gabinete do parlamentar.

A visita cortesia marcou o primeiro encontro de Lewandowski com Lira desde que o ministro assumiu o cargo no final de janeiro. O presidente da Câmara não participou da solenidade. A reunião aconteceria no ministério, mas Lewandowski, em um gesto político a Lira, sugeriu que fosse realizada na Câmara.

Antes de o ministro ser anunciado para o cargo pelo presidente Lula, a CNN mostrou que a avaliação era a de que Lewandowski conseguiria dialogar com os mais diversos espectros políticos.

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