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Audiência pública na Câmara debate projeto que visa regulamentar verticalização da orla de Natal

PL encaminhado pela prefeitura estava previsto no Plano Diretor da cidade, aprovado em 2022. Via Costeira, Praia do Meio, Redinha e Ponta Negra estão entre blocos debatidos.

Uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal discutiu nesta terça-feira (28) um projeto de lei sobre a verticalização, ou seja, a construção de prédios altos, na orla da capital potiguar.

O projeto encaminhado pela prefeitura visa regulamentar Áreas de Interesse Turístico Paisagístico (AEITPS) de Natal e é uma regulamentação que estava prevista no novo Plano Diretor da cidade, que foi aprovado em 2022.

A audiência pública contou com representantes do Município, especialistas em desenvolvimentos de cidade, representantes ambientais e trabalhadores do ramo imobiliário.

O projeto de lei foi enviado para a CMN pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos) com pedido de urgência para análise.

O projeto pretende regulamentar regras trazidas pelo Plano Diretor a respeito de cinco blocos urbanísticos, sendo quatro deles na orla: Ponta Negra, Via Costeira, Praia do Meio e Redinha. O outro bloco é relacionado às dunas do bairro Guarapes.

Uma dos pontos discutidos foi a possibilidade de prédios, como na orla da praia da Redinha, atingirem até 30 metros de altura, como prevê o projeto de lei.

Na Via Costeira, hotéis e pousadas poderão alcançar até 15 metros de altura, segundo a regulamentação prevista do Plano Diretor.

A professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Ruth Ataíde comentou que o projeto de lei pode prejudicar a orla diante da fragilidade ambiental já conhecida desse trecho na capital potiguar.

“Se você considerar que a praia de Ponta Negra está pressionada pela erosão costeira, nós assistimos isso todo dia quando a maré avança, se você considerar isso a médio prazo, isso afetará drasticamente esse processo porque implica na drenagem, implica em toda uma revisão do sistema de infraestrutura que nem existe”, disse.

Segundo a professora, as áreas deveriam ser regulamentadas considerando as particularidades ambientais e paisagísticas.

“Regulamentar não é só repetir e ampliar gabaritos, é pensar nas fragilidades socioambientais do lugar. E um dos artigos do projeto de lei indica que, para essas áreas, valem todas as prescrições do Plano Diretor”, disse.

O secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquista, defendeu que a proposta apresentada nesse projeto de lei é “equilibrada” e que já passou pelo crivo dos vereadores e da população durante os debates para aprovação do Plano Diretor.

“A proposta é extremamente equilibrada. Ela ratifica o que a sociedade discutiu e aprovou no Plano Diretor de Natal. E ela garante também a suas prescrições urbanísticas, extermamente equilibradas, que sustentam a ideia do desenvolvimento social e econômico, ao mesmo tempo garantindo a preservação ambiental”, disse.

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