A construção de uma cultura sustentável não depende apenas de grandes projetos ou políticas públicas — ela começa no cotidiano, com ações simples, colaborativas e contínuas. Nesse contexto, a comunidade escolar ocupa um lugar estratégico. Professores, alunos, funcionários, famílias e gestores formam um coletivo com imenso potencial de transformação. Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, autora do livro Bichos Vermelhos e entendedora do assunto, afirma que quando a escola inteira se mobiliza em torno da sustentabilidade, o impacto ultrapassa os muros da instituição e alcança a sociedade como um todo.
Cada escola, com seus recursos e realidades, pode — e deve — ser um espaço de práticas ecológicas, educação consciente e valorização da natureza. Essa responsabilidade, quando partilhada, se torna mais leve e mais potente.
A escola como espaço de formação ambiental
Muito além de transmitir conteúdos, a escola tem a missão de formar valores e atitudes. E isso inclui educar para a preservação do meio ambiente, o uso consciente dos recursos naturais, o respeito aos animais e o cuidado com o coletivo. A sustentabilidade, nesse sentido, não é um tema isolado, mas uma prática diária que envolve todos os setores da comunidade escolar.

De acordo com Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, a educação ambiental se fortalece quando é vivida. Isso significa ensinar sustentabilidade com o exemplo — nos hábitos alimentares, na gestão de resíduos, na escolha de materiais, na convivência e na relação com o entorno.
O papel dos professores e gestores como agentes de mudança
Educadores e lideranças escolares têm o papel de inspirar e orientar. São eles que criam condições para que os projetos ambientais aconteçam, escolhem os materiais utilizados, propõem atividades pedagógicas integradas e envolvem alunos e famílias em ações coletivas.
Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, um professor sensibilizado com a causa ambiental tem o poder de transformar gerações. Ao inserir livros como Bichos Vermelhos nas aulas, promover discussões sobre a fauna brasileira ou propor atividades criativas com materiais recicláveis, ele planta sementes que podem florescer por toda a vida.
Alunos protagonistas: o poder da escuta e da ação
Quando os estudantes participam ativamente das decisões e propostas relacionadas à sustentabilidade, o aprendizado se torna mais significativo. Criar comissões de meio ambiente, permitir que os alunos proponham soluções para problemas da escola e incentivar projetos liderados por eles são formas de valorizá-los como protagonistas da mudança.
Conforme destaca Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, as crianças e os jovens têm ideias inovadoras, senso de justiça e grande disposição para agir. Quando encontram espaço para se expressar, eles se tornam verdadeiros agentes transformadores da comunidade escolar.
Famílias e funcionários: ampliar o compromisso coletivo
A sustentabilidade na escola só é efetiva quando todos os envolvidos se reconhecem como parte do processo. Os funcionários, muitas vezes esquecidos nos planejamentos pedagógicos, podem ser aliados valiosos na gestão de resíduos, na manutenção de hortas ou no uso responsável dos recursos. As famílias, por sua vez, reforçam os valores ambientais em casa e ampliam a rede de influência.
Lina Rosa Gomes Vieira da Silva ressalta que, ao envolver todos os membros da comunidade escolar, criamos um ambiente de corresponsabilidade. Todos aprendem, todos ensinam, e o impacto das ações se multiplica.
Sustentabilidade como cultura, não como evento
A educação ambiental não pode ser restrita a datas comemorativas ou ações isoladas. Ela deve fazer parte da identidade da escola, estar presente no currículo, nos projetos e na rotina. Isso exige planejamento, continuidade e compromisso institucional.
Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, sustentabilidade só se torna valor quando está no cotidiano — na escolha de materiais escolares, no uso racional da água, na valorização da natureza como fonte de aprendizagem e no incentivo à reflexão sobre consumo e descarte.
Conclusão: juntos por um futuro melhor
O papel da comunidade escolar na sustentabilidade é essencial. Quando todos os envolvidos se comprometem com o cuidado com o planeta, a escola se transforma em um espaço vivo de cidadania, pertencimento e mudança.
Como defende Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, educar para a sustentabilidade é um ato coletivo. E é dessa união entre escola, família e comunidade que surgem as grandes transformações. Porque cuidar do planeta é tarefa de todos — e começa onde estamos: na sala de aula, no pátio, na merenda, na leitura e no exemplo.
Autor: Tuvok Nilo Saturn